segunda-feira, 19 de abril de 2010

Norman Rockwell é o mais amado dos ilustradores americanos. Das duas uma: ou você já está cansado de ver centenas das suas imagens por aí ou se é um desavidado, com certeza já passou os olhos por um dos seus vários “Santa Claus”…no mínimo. Mas seria impossível deixá-lo de fora dessa série, já que se trata do meu ilustrador favorito do século XX. E porque suas imagens me gritam alto a cada olhar: “você não desenha porra nenhuma!”

Para complementar o tema que não é dos mais inéditos, fiz uma pesquisa sobre as fotos usadas como referência para as imagens de Rockwell…então continue lendo!

É dífícil imaginar que em pleno 2010 alguém se assuste ou faça cara feia com o fato de que as imagens de Rockwell era construídas em cima de fotografias. Mas o “mea culpa” feito numa entrevista de 1940, resultou em uma série de críticas severas ao trabalho do cara. Edward Hopper, Peter Hurd e outros artistas manifestaram a sua clara decepção. Hoje em dia é o equivalente a se decepcionar com a revelação de que o Ricky Martin é gay.

Mas como dá para observar aqui em cima (e nas imagens abaixo), a fotografia era um ponto de início e partida para a imaginação de Rockwell. Era ele o diretor de arte de todas as cenas retratadas. Desde caras, figurinos, acessórios, expressões…tudo. Norman esboçava a foto, dirigia os atores, coordenava o cenário. Para o fotógrafo restava a missão de apertar o botão. Se isso não basta como argumento para provar um talento extra e não uma deficiência, vale lembrar que grandes e renomados artistas usaram fotos como auxiliares de suas composições: Winslow Homer, Edgar Degas, Thomas Eakins e Edvard Munch, por exemplo.

As fotos eram feitas em preto e branco e a paleta de cores não estava ligada a cor natural das roupas e acessórios. Norman tem uma paleta comum em várias ilustrações que é também uma característica da sua obra e da época retratada. Seus modelos eram pessoas comuns: amigos, vizinhos e familiares. Preferia buscar por um homem de aparência corriqueira e transformá-lo com sua caricaturização em um novo personagem, sem jamais ridicularizá-los com exageros grotescos ou infames.

Algumas imagens não surgiram de um clique apenas, foram resultado de diversas fotografias compostas. Para composições complexas com várias figuras, muitas vezes as fotos eram montadas manualmente e depois iam para a etapa da pintura. Não é difícil imaginar um Rockwell no século XXI juntando layers no Photoshop, buscando pelo resultado perfeito, objetivo esse, sempre atingido.

As fotos feitas por Rockwell para referência estão reunidas no livro “Norman Rockwell, behind the camera” que pode ser comprado nesse link aqui.

O universo criado por Rockwell é uma espécie de realidade paralela, onde é possível acreditar na existência de pessoas com a ponta do nariz vermelho e com a expressão de alegria mais sincera do mundo, por ser ao mesmo tempo tão plástica e irreal.

(Fonte)

Seja o primeiro a comentar!

Postar um comentário

Cutuque também!

Diga o que você achou, exponha sua opinião!